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Ataque de pânico: o que fazer e como ajudar alguém em um momento de desespero


Ataque de pânico

O ataque de pânico é uma experiência súbita e intensa de medo ou desconforto, frequentemente acompanhada por sintomas físicos e emocionais que podem levar a pessoa a acreditar que está diante de uma emergência médica, como um ataque cardíaco.


Apesar de assustador, o ataque de pânico não representa perigo real à vida e, geralmente, desaparece após alguns minutos.


Ataques de pânico afetam cerca de 11% dos adultos por ano e podem ocorrer isoladamente ou evoluir para um quadro mais complexo, conhecido como síndrome do pânico. Neste artigo, vamos entender melhor o que caracteriza um ataque de pânico, quais são os sinais de alerta, como ajudar alguém em crise e o que fazer para buscar tratamento e prevenção adequados.


O que é um ataque de pânico


O ataque de pânico é um episódio súbito de medo ou desconforto intenso que atinge seu pico em cerca de 10 minutos e pode durar por vários minutos. Esses episódios podem ocorrer de forma inesperada ou serem desencadeados por situações específicas, como fobias ou eventos traumáticos.


Durante a crise, a pessoa pode sentir que está perdendo o controle, enlouquecendo ou até morrendo. Embora os sintomas sejam intensos, não há risco real de morte, e o ataque não causa danos físicos permanentes.


Sintomas do ataque de pânico


Um ataque de pânico geralmente apresenta quatro ou mais dos seguintes sintomas:


  • Falta de ar ou sensação de sufocamento

  • Palpitações ou frequência cardíaca acelerada

  • Dor ou desconforto no peito

  • Tontura ou sensação de desmaio

  • Tremores ou espasmos musculares

  • Sudorese

  • Náusea ou desconforto abdominal

  • Sensação de dormência ou formigamento

  • Sensação de irrealidade ou distanciamento

  • Medo de perder o controle ou enlouquecer

  • Medo de morrer


É comum que a pessoa interprete esses sinais como indício de um problema físico grave, o que a leva a buscar atendimento médico de emergência. Contudo, após a exclusão de causas clínicas, o diagnóstico de ataque de pânico pode ser confirmado.


O que é a síndrome do pânico?


A síndrome do pânico ocorre quando os ataques se tornam recorrentes e provocam mudanças significativas no comportamento da pessoa, que passa a viver com medo constante de novas crises.


Os critérios para o diagnóstico incluem:


  • Ataques de pânico inesperados e repetidos

  • Preocupação persistente com novos ataques por pelo menos um mês

  • Mudanças comportamentais para evitar situações associadas às crises


A síndrome do pânico pode surgir no final da adolescência ou início da vida adulta e é mais comum em mulheres. Com o tempo, o quadro pode se agravar, levando ao isolamento social e à deterioração da qualidade de vida.


Como ajudar alguém durante um ataque de pânico

Testemunhar alguém em crise pode ser angustiante, mas saber como agir é essencial para ajudar. Veja algumas orientações:

  • Mantenha a calma: sua tranquilidade ajuda a pessoa a se sentir segura.

  • Converse com empatia: diga que ela está segura e que os sintomas vão passar.

  • Oriente a focar na respiração: inspire lentamente pelo nariz, conte até quatro, e expire pela boca. Repita esse ciclo por alguns minutos.

  • Evite julgamentos: não diga frases como "é só coisa da sua cabeça" ou "você está exagerando".

  • Permaneça ao lado dela: não a deixe sozinha, a menos que ela peça.

Se for a primeira crise da pessoa, oriente-a a procurar um médico para descartar causas físicas e iniciar o tratamento adequado.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do ataque de pânico e da síndrome do pânico é clínico, baseado no relato dos sintomas. O médico pode solicitar exames para excluir condições físicas que causam sintomas semelhantes, como problemas cardíacos ou respiratórios.

O tratamento pode envolver:

  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC): é o método mais eficaz, ajudando o paciente a entender seus gatilhos e desenvolver estratégias de enfrentamento.

  • Medicamentos antidepressivos e ansiolíticos: podem ser indicados em casos mais graves ou persistentes.

  • Exposição controlada: em ambiente terapêutico, ajuda a pessoa a lidar com situações temidas de forma gradual.

O tratamento costuma ser eficaz e, com o tempo, é possível controlar ou até eliminar os ataques de pânico.

Como prevenir novos ataques

Algumas medidas ajudam a reduzir a frequência e a intensidade das crises:

  • Pratique exercícios físicos regularmente;

  • Mantenha uma rotina de sono adequada;

  • Evite cafeína, álcool e outras substâncias estimulantes;

  • Realize atividades relaxantes como meditação ou yoga;

  • Siga corretamente o tratamento médico.

Aprender a reconhecer os sinais de uma crise iminente e aplicar técnicas de respiração pode ser fundamental para controlá-la antes que se intensifique.


Como ajudar alguém tendo um ataque do pânico?


Quando você se depara com alguém em um ataque de pânico, é essencial agir com calma, empatia e segurança. O episódio pode ser extremamente assustador tanto para quem está passando por ele quanto para quem está por perto — mas com algumas atitudes simples, é possível ajudar a pessoa a se sentir acolhida e segura até que a crise passe.


1. Mantenha a calma


Sua tranquilidade é fundamental. Falar com voz suave e pausada ajuda a transmitir segurança. Evite se desesperar ou reagir com pânico, pois isso pode agravar o estado da pessoa.


2. Converse de forma empática


Diga frases como:

  • “Estou com você.”

  • “Você está seguro(a). Isso vai passar.”

  • “Vamos respirar juntos.”


Evite julgamentos ou minimizar a situação com frases como “isso é coisa da sua cabeça” ou “tente se acalmar”. Essas falas podem aumentar a angústia da pessoa.


3. Oriente a pessoa a respirar


Ensine a técnica de respiração lenta e controlada:


  • Inspire pelo nariz contando até 4

  • Segure o ar por 2 segundos

  • Expire lentamente pela boca contando até 6

  • Repita o ciclo por alguns minutos


Isso ajuda a normalizar o ritmo cardíaco e reduzir a hiperventilação.


4. Ajude a encontrar um local tranquilo


Se possível, leve a pessoa para um local calmo, com pouca movimentação ou ruído. Um ambiente mais silencioso facilita o controle da crise.


5. Fique por perto e não a deixe sozinha


A presença de alguém confiável ajuda muito. Permaneça ao lado dela, oferecendo apoio até que os sintomas comecem a diminuir — geralmente dentro de 10 a 30 minutos.


6. Avalie se há necessidade de ajuda médica


Se for o primeiro ataque da pessoa, ou se houver dúvida sobre a gravidade (por exemplo, dor no peito muito intensa), é indicado procurar atendimento médico, pois os sintomas podem ser confundidos com outros problemas clínicos, como infarto.


7. Sugira ajuda profissional (quando a crise passar)


Depois que a crise estiver controlada, incentive a pessoa a buscar orientação com um profissional de saúde mental. Ataques recorrentes podem indicar síndrome do pânico, que tem tratamento eficaz.


Conclusão

O ataque de pânico é uma resposta exagerada do corpo a situações de estresse ou, às vezes, sem causa aparente. Embora possa ser assustador, ele não representa um risco real à vida. Com o diagnóstico correto e tratamento adequado, é possível controlar as crises e recuperar a qualidade de vida.

Se você sofre com ataques de pânico ou conhece alguém nessa situação, saiba que ajuda está disponível — e é eficaz. Procurar orientação profissional é o primeiro passo para o alívio e o bem-estar.


Fonte: Manual MSD

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