Introdução: Apesar das descrições de várias manifestações cardiovasculares em pacientes com doença coronavírus 2019 (COVID-19), há poucos relatos de novas bradiarritmias de início e as implicações clínicas desses eventos são desconhecidas.
Métodos: Sete pacientes apresentaram ou desenvolveram bradiarritmias graves que requerem suporte de estimulação durante o curso de sua doença COVID-19 durante um período de 6 semanas de incidência máxima de COVID-19. Uma revisão retrospectiva de suas apresentações e curso clínico foi realizada.
Resultados: Bloqueio cardíaco de alto grau sintomático estava presente na apresentação inicial em três dos sete pacientes (43%), e quatro pacientes desenvolveram parada sinusal ou bloqueio atrioventricular paroxístico de alto grau. Nenhum paciente desta série demonstrou disfunção sistólica do ventrículo esquerdo ou lesão cardíaca aguda, enquanto todos os pacientes apresentavam marcadores inflamatórios elevados. Em alguns pacientes, as bradiarritmias ocorreram antes do início dos sintomas respiratórios. A morte por complicações da infecção por COVID-19 ocorreu em 57% (4/7) dos pacientes durante a hospitalização inicial e em 71% (5/7) dos pacientes dentro de 3 meses da apresentação.
Conclusões: Apesar do manejo da bradicardia com marcapassos temporários (3/7) ou permanentes sem chumbo (4/7), houve uma alta taxa de morbidade e morte em curto prazo devido a complicações de COVID-19. A associação entre bradiarritmias de início recente e desfechos desfavoráveis pode influenciar as estratégias de tratamento para pacientes com doença aguda com COVID-19.
Palavras-chave: COVID-19; bradiarritmia; marcapassos sem chumbo; estratégias de estimulação; ritmo temporário.
Chinitz JS, Goyal R, Harding M, Veseli G, Gruberg L, Jadonath R, Maccaro P, Gandotra P, Ong L, Epstein LM. Bradyarrhythmias in patients with COVID-19: Marker of poor prognosis? Pacing Clin Electrophysiol. 2020 Oct;43(10):1199-1204. doi: 10.1111/pace.14042. Epub 2020 Sep 14. PMID: 32820823; PMCID: PMC7461386.
