Abstrato
Introdução: A persistência do canal arterial (PCA) é considerada um fator de risco para enterocolite necrosante (ECN) e outras complicações gastrointestinais em prematuros. O objetivo deste estudo é determinar se há uma maior incidência de cirurgia abdominal e a morbidade e mortalidade associadas em prematuros que necessitam de tratamento devido a uma PCA significativa.
Métodos: Foi realizado um estudo observacional que incluiu prematuros com <37 semanas de idade gestacional e diagnóstico de PCA nos últimos 10 anos. Dependendo do tratamento recebido, os pacientes foram divididos em 3 grupos: clínico (A), clínico e cirúrgico (B) e sem tratamento (C). Foi realizada uma análise das variáveis pré e perinatais, bem como a incidência de complicações gastrointestinais (ECN e necessidade de cirurgia por este motivo) e mortalidade geral.
Resultados: O estudo incluiu uma amostra de 144 pacientes, das quais 91 foram alocadas no grupo A, 16 no B e 37 no C. A idade gestacional média por grupos foi de 28, 26,7 e 30,1 semanas, respectivamente. O peso médio ao nascer foi de 1.083,9 gr, 909,3 gr e 1.471,2 gr, respectivamente. Quanto à incidência de ECN, foram encontrados um total de 21, 5 e 5 casos, respectivamente, em cada grupo, com 43%, 60% e 35%, respectivamente, necessitando de cirurgia abdominal. A mortalidade por grupos foi de 12%, 19% e 3%, respectivamente.
Conclusão: Pacientes que necessitaram de tratamento para PCA significativa apresentaram maior incidência de complicações gastrointestinais e maior mortalidade do que pacientes não tratados, sem diferenças estatisticamente significativas. No grupo de pacientes que necessitaram de tratamento, menor idade gestacional e menor peso ao nascerpoderiam explicar o aumento da morbidade e mortalidade encontrados nesses pacientes.
Palavras-chave: Cardiopatia congênita; Doença cardíaca congênita; Enterocolite necrosante; Mortalidade neonatal; enterocolite necrosante; Mortalidade neonatal; Persistência do canal arterial; Persistência do canal arterial.