Um estudo divulgado pelo Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology, revelou que afecções dermatológicas podem provocar impactos psicossociais consideráveis, além de sensações de estigma.
O Dr. Paolo Gisondi, vinculado à Universidade de Verona, na Itália, juntamente com sua equipe, realizou uma avaliação sobre o impacto das doenças de pele mais frequentes em pacientes adultos por toda a Europa, focando em aspectos como qualidade de vida, vida profissional e sensação de estigmatização. A pesquisa englobou respostas de questionários de 19.915 indivíduos.
Foi notado pelos investigadores que indivíduos com hidradenite supurativa e doenças transmitidas sexualmente apresentavam um comprometimento particularmente acentuado na qualidade de vida. Cerca de metade dos participantes que tinham acne, alopecia ou urticária crônica mostraram um impacto de moderado a extremamente alto na qualidade de vida, enquanto cerca de 40% dos que sofriam de dermatite atópica, cânceres de pele ou psoríase sentiam o mesmo.
No geral, 88,1% dos participantes perceberam sua condição dermatológica como mais embaraçosa na vida pessoal do que no ambiente profissional (83%). Ademais, cerca de metade dos respondentes relatou problemas para dormir, fadiga e dificuldades no autocuidado. Cerca de 14,5% se sentiam rejeitados por outros devido à sua condição cutânea e 19,2% sentiram-se vistos com repulsa. Questões como ansiedade e depressão também foram comumente mencionadas entre os afetados.
Os autores do estudo enfatizaram: “Nosso trabalho sublinha o peso psicossocial enfrentado por pessoas com condições dermatológicas e ressalta a importância de considerar os efeitos dessas condições na qualidade de vida e estigmatização como parte integrante do cuidado ao paciente”.