Considerações gerais sobre arritmias cardíacas: o que são, como surgem e quando se preocupar
- medicinaatualrevis
- 9 de abr.
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As arritmias cardíacas são alterações no ritmo do coração que podem passar despercebidas ou, em casos mais graves, representar risco à vida. Elas ocorrem quando os batimentos cardíacos se tornam irregulares, muito lentos (bradicardia) ou muito rápidos (taquicardia).
Entender o funcionamento do ritmo cardíaco, suas possíveis disfunções e o momento certo de procurar ajuda médica é essencial para prevenir complicações e cuidar da saúde do coração.
Neste artigo, reunimos as considerações gerais sobre arritmias cardíacas com o objetivo de esclarecer as principais dúvidas sobre o tema.
O que é uma arritmia cardíaca?
Arritmia é um distúrbio do ritmo cardíaco. Pode ser descrita como:
Batimentos irregulares;
Frequência muito rápida (taquicardia);
Frequência muito lenta (bradicardia).
Embora muitas arritmias sejam inofensivas e não necessitem de tratamento, algumas podem causar sintomas preocupantes como fraqueza, tontura ou até desmaios. Em casos mais graves, as arritmias podem comprometer a capacidade do coração de bombear sangue adequadamente, colocando a vida em risco.
O que controla o ritmo do coração?
O batimento cardíaco é regulado por um sistema elétrico natural do corpo. Esse sistema é composto por:
Células marca-passo: localizadas no nódulo sinoatrial (SA), geram impulsos elétricos regulares que fazem o coração bater. Seu ritmo natural varia entre 60 e 100 batimentos por minuto.
Sistema de condução cardíaco: semelhante a uma rede de fios, transporta os sinais elétricos do nódulo SA até as demais partes do coração.
Nódulo atrioventricular (AV): atua como uma porta de controle, coordenando a passagem dos sinais entre as câmaras superiores (átrios) e inferiores (ventrículos) do coração.
Além disso, o cérebro, hormônios (como o hormônio da tireoide) e o equilíbrio de minerais no sangue (eletrólitos como sódio e potássio) também influenciam diretamente no ritmo cardíaco.
O que causa as arritmias cardíacas?
As arritmias podem surgir devido a problemas com:
As células marca-passo
O sistema de condução elétrica do coração
Alterações hormonais ou metabólicas
Substâncias químicas ou drogas (como álcool, cafeína ou certos medicamentos)
A causa mais comum está associada a doenças cardíacas, como:
Doença arterial coronariana: reduz o fluxo sanguíneo para o coração
Valvulopatias (ex.: estenose aórtica)
Insuficiência cardíaca
Outras causas possíveis incluem malformações cardíacas congênitas ou distúrbios do sistema nervoso autônomo. Em alguns casos, a causa exata da arritmia não é identificada.
Quais são os sintomas de arritmias cardíacas?
Os sintomas variam conforme a gravidade da arritmia e se o coração consegue ou não bombear sangue de forma eficiente. Sintomas leves podem incluir:
Palpitações (sensação de batimentos acelerados, irregulares ou “pulos” no peito)
Desconforto leve no peito
Já sintomas mais graves ocorrem quando há comprometimento do fluxo sanguíneo:
Fraqueza ou fadiga
Dificuldade para realizar atividades físicas
Falta de ar
Tontura ou sensação de desmaio
Dor torácica
Episódios de desmaio (síncope)
É fundamental procurar atendimento médico imediato caso esses sintomas estejam presentes.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico das arritmias cardíacas geralmente começa com a avaliação do pulso e realização de um eletrocardiograma (ECG), exame que detecta a atividade elétrica do coração.
Caso o ECG não identifique a arritmia no momento, outros exames podem ser solicitados, como:
Exames de sangue: para verificar níveis hormonais e eletrólitos;
Prova de esforço: monitora o ritmo cardíaco durante atividades físicas;
Ecocardiograma: avalia a estrutura e o funcionamento do coração por meio de ultrassom;
Monitor Holter: registra o ritmo cardíaco continuamente por 24 a 48 horas.
Quais são os tratamentos disponíveis?
O tratamento depende da causa, tipo e gravidade da arritmia. Entre as abordagens possíveis estão:
Mudanças no estilo de vida: evitar substâncias estimulantes (cafeína, álcool), manter alimentação balanceada e controle de doenças crônicas como hipertensão e diabetes.
Uso de medicamentos antiarrítmicos: regulam o ritmo ou a frequência cardíaca.
Cardioversão elétrica: aplicação controlada de choque elétrico para restaurar o ritmo normal.
Implante de marcapasso: dispositivo eletrônico que regula o ritmo do coração, indicado principalmente em casos de bradicardia grave.
Desfibrilador implantável (CDI): usado em pacientes com risco de parada cardíaca súbita.
Ablação por cateter: técnica para destruir pequenas áreas do coração responsáveis por ritmos anormais.
Quando procurar um médico?
Procure um cardiologista se você apresentar sintomas como:
Palpitações frequentes;
Fadiga inexplicável;
Tontura ou desmaio;
Falta de ar durante atividades leves.
Mesmo que os sintomas pareçam leves, o diagnóstico precoce pode evitar complicações maiores.
Conclusão
As considerações gerais sobre arritmias cardíacas mostram que, embora muitas arritmias não causem sintomas ou riscos imediatos, outras podem ser perigosas e até fatais. A avaliação médica é essencial para distinguir entre um ritmo cardíaco benigno e um potencialmente grave. Com diagnóstico e tratamento adequados, a maioria dos pacientes pode levar uma vida saudável e ativa.