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Cuidados de final de vida em Unidades de Terapia Intensiva Pediátricas Brasileiras


Cuidados de final de vida em Unidades de Terapia Intensiva Pediátricas Brasileiras

Abstrato

Objetivo: A maioria das mortes em Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica envolve o abandono do tratamento de suporte à vida. Essas mortes exigiam cuidados de fim de vida cuidadosamente planejados, baseados na compaixão e focados em medidas de cuidados paliativos. Este estudo tem como objetivo avaliar temas relacionados aos cuidados de fim de vida em unidades de terapia intensiva pediátrica brasileiras sob a perspectiva de uma equipe multidisciplinar.

Método: Os autores usaram um questionário testado, utilizando perguntas do tipo Likert e abertas. Após aprovação do comitê de ética, foi enviado por e-mail no período de setembro a novembro/2019 para três Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica das regiões Sul e Sudeste do Brasil. Uma unidade era dedicada exclusivamente a pacientes oncológicos; as outras eram unidades mistas.

Resultados: Das 144 pesquisas coletadas (taxa de resposta de 23%), 136 foram analisadas, com 35% de médicos, 30% de enfermeiras, 21% de técnicos de enfermagem e 14% de fisioterapeutas. No geral, apenas 12% relataram treinamento suficiente em cuidados de fim de vida e 40% relataram nunca ter tido nenhum, embora isso não tenha sido associado à confiança do médico em renunciar ao tratamento de suporte à vida.


Além disso, 60% dos médicos e 46% dos outros profissionais se sentiram mais confortáveis ​​com o não escalonamento do que com a retirada das terapias, mesmo que isso pudesse prolongar o sofrimento. Todos os médicos se sentiram desconfortáveis ​​com a extubação paliativa; 15% de todos os profissionais já o testemunharam. A equipa oncológica sentiu de forma singular que a "resistência das equipas de especialistas" era a principal barreira à implementação dos cuidados de fim de vida.

Conclusão: A maioria dos profissionais se sentiu despreparada para abrir mão do tratamento de suporte à vida. Mesmo para pacientes terminais, a retenção é preferível à retirada do tratamento. As barreiras socioculturais e a falta de treinamento adequado podem estar contribuindo para a insegurança no cuidado de pacientes terminais, divergindo das práticas de outros países.


Palavras-chave: Ética biomédica; Cuidados em fim de vida; Cuidado paliativo; Unidades de cuidados intensivos pediátricos; Cuidados terminais.


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