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Diabetes tipo 5: nova forma da doença é reconhecida



Uma nova forma de diabetes foi recentemente reconhecida oficialmente pela Federação Internacional de Diabetes, trazendo à tona uma condição até então negligenciada, mas que afeta milhões de pessoas em todo o mundo: o diabetes tipo 5.


A nova classificação dá visibilidade a uma manifestação da doença que atinge, principalmente, jovens adultos magros e desnutridos, especialmente em países de baixa e média renda.


O que é o diabetes tipo 5?


Estima-se que entre 20 e 25 milhões de pessoas vivam com essa condição, cuja origem está relacionada a desequilíbrios nutricionais graves durante o desenvolvimento corporal.


Até pouco tempo, esses casos eram agrupados de forma genérica sob o rótulo de “diabetes relacionado à desnutrição”. A nova nomenclatura, no entanto, reforça a necessidade de se olhar para esses pacientes com critérios específicos.


Diferente do diabetes tipo 1, que tem natureza autoimune, ou do tipo 2, frequentemente associado à obesidade e ao sedentarismo, o diabetes tipo 5 se caracteriza por uma falha severa na produção de insulina, sem que haja destruição autoimune das células beta pancreáticas.


Como resultado, muitos pacientes acabam sendo diagnosticados de forma incorreta, o que compromete o sucesso do tratamento.


Um dos maiores riscos é a aplicação de protocolos terapêuticos inadequados. Muitos desses pacientes recebem insulina como tratamento de primeira linha, como se tivessem diabetes tipo 1.


No entanto, por possuírem baixo peso corporal e reservas energéticas muito limitadas, o uso de insulina pode causar episódios de hipoglicemia grave, tornando o tratamento mais perigoso do que benéfico.


Além disso, os exames laboratoriais tradicionais nem sempre ajudam a esclarecer o diagnóstico, o que faz com que muitos profissionais de saúde não reconheçam essa forma da doença.


Isso reforça a importância do conhecimento clínico e da avaliação contextual do paciente, incluindo fatores como histórico nutricional, condições socioeconômicas e resposta terapêutica inicial.


Diagnóstico e desafios clínicos


Em janeiro deste ano, especialistas no tema se reuniram com representantes do IDF e da Associação Americana de Diabetes e apresentaram as evidências para a criação de uma classificação distinta.


Agora, a Federação reconheceu oficialmente a doença como diabetes tipo 5 durante o Congresso Mundial de Diabetes deste ano, que acontece nesta semana em Bangkok, capital da Tailândia.


Além disso, o presidente da entidade, Peter Schwarz, anunciou a criação de um grupo de trabalho para desenvolver um diagnóstico formal e diretrizes terapêuticas para a doença nos próximos dois anos.


A expectativa é de que essa mudança contribua para o desenvolvimento de protocolos específicos de diagnóstico e tratamento, além de impulsionar pesquisas clínicas voltadas para essa população.


Embora a maioria dos casos esteja documentada em países da África e da Ásia, o cenário brasileiro também levanta atenção. Regiões com alto índice de vulnerabilidade social e insegurança alimentar podem abrigar casos que se enquadram nos critérios do diabetes tipo 5, ainda que muitos passem despercebidos nos sistemas de saúde.


O desafio agora é desenvolver estratégias seguras de manejo clínico. Por enquanto, especialistas apontam que, mais do que a insulina, o tratamento deve priorizar reposição nutricional adequada, monitoramento rigoroso da glicemia e acompanhamento interdisciplinar, com foco na individualização do cuidado.


A criação dessa nova classificação reforça um importante princípio da medicina moderna: doenças comuns podem se apresentar de formas distintas em diferentes contextos sociais e biológicos.


Reconhecer o diabetes tipo 5 é, acima de tudo, dar visibilidade a milhões de pessoas que vivem à margem dos protocolos tradicionais, e que agora podem ter acesso a uma atenção mais justa, segura e eficaz.


Fonte: VivaBem

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