Abstrato
Introdução: A pancreatite aguda (PA) está entre os diagnósticos de internação não malignos mais comuns em gastroenterologia. Sua incidência na Alemanha situa-se entre 13 e 43 por 100.000 habitantes e está aumentando. Em 2017, 24 por 100.000 habitantes foram hospitalizados por pancreatite crônica.
Métodos: De outubro de 2018 a janeiro de 2019, pesquisamos sistematicamente na literatura artigos originais, metanálises e diretrizes baseadas em evidências publicadas em alemão ou inglês entre 1960 e 2018.
Resultados: 30-50% dos casos de pancreatite aguda são causados por cálculos biliares e outros 30-50% são devidos ao abuso de álcool. O diagnóstico é feito quando pelo menos dois dos três critérios a seguir são atendidos: dor abdominal típica, elevação da lipase sérica e achados de imagem característicos. Se esses critérios forem ambíguos, a ultrassonografia transabdominal é indicada. O início precoce da ingestão de alimentos reduz a taxa de necrose pancreática infectada, falência de órgãos ou morte (odds ratio 0,44; intervalo de confiança de 95% [0,2; 0,96]). Na PA, a solução de Ringer com lactato deve ser preferida para ressuscitação volêmica, a 200-250 mL/h por 24 horas. A dor intensa deve ser tratada com opiáceos.
Conclusão: A atual diretriz de prática clínica alemã reflete os desenvolvimentos no diagnóstico e tratamento da pancreatite ocorridos nos últimos anos. O cuidado a longo prazo e o monitoramento de pacientes com pancreatite sem complicações são de responsabilidade dos médicos de cuidados primários e gastroenterologistas.