Um estudo divulgado pelo jornal The BMJ aponta que indivíduos acometidos pela doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) não erosiva não estão sujeitos a um aumento no risco de desenvolver adenocarcinoma do esôfago quando comparados ao restante da população.
Liderada pelo Dr. Dag Holmberg, Ph.D., da Instituição Karolinska em Estocolmo, a pesquisa envolveu uma análise de coorte populacional para avaliar a frequência do adenocarcinoma esofágico em pacientes com DRGE não erosiva em relação à população em geral. Foram considerados no estudo um total de 486.556 adultos que passaram por endoscopias, dos quais 285.811 foram categorizados no grupo com DRGE não erosiva e 200.745 no grupo de comparação, portadores de DRGE erosiva.
Durante um período de seguimento que somou 2.081.051 pessoas-ano, foi registrado que 228 indivíduos do grupo com DRGE não erosiva desenvolveram adenocarcinomas esofágicos, resultando em uma taxa de incidência de 11,0 casos por 100.000 pessoas-ano. Esse índice se mostrou semelhante ao observado na população geral, e não houve indícios de aumento da incidência mesmo com o prolongamento do tempo de acompanhamento. Por outro lado, no grupo com esofagite erosiva, identificaram-se 542 casos de adenocarcinomas esofágicos ao longo de 1.750.249 pessoas-ano, o que corresponde a uma taxa de incidência de 31,0 por 100.000 pessoas-ano. Neste caso, a razão de incidência padronizada foi significativamente mais elevada, em 2,36, evidenciando um aumento conforme o acompanhamento se estendia.