Fotofobia: o que causa a sensibilidade à luz?
- medicinaatualrevis
- 14 de abr.
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A fotofobia é um sintoma caracterizado por uma sensibilidade excessiva à luz, que pode causar incômodo, dor ocular e até lacrimejamento ao se expor a ambientes iluminados.
Embora o nome sugira “medo da luz”, trata-se, na verdade, de uma resposta anormal à claridade, frequentemente associada a condições oculares, neurológicas ou sistêmicas.
Muito mais comum do que se imagina, a fotofobia pode aparecer de forma isolada ou como parte de um conjunto de sintomas, sendo importante reconhecer suas causas e saber quando procurar atendimento médico.
O que é fotofobia?
Fotofobia é a intolerância à luz natural ou artificial. Essa sensibilidade pode variar de leve desconforto até dor intensa ao abrir os olhos em ambientes claros. Em casos mais graves, pacientes relatam dificuldade para manter os olhos abertos mesmo sob iluminação moderada.
Ao contrário do que o termo sugere, fotofobia não é um medo psicológico, mas uma reação física do sistema visual ou neurológico a estímulos luminosos.
Quais são as principais causas de fotofobia?
A fotofobia pode ser provocada por diversas condições, sendo mais comum em doenças oftalmológicas e neurológicas. Entre as principais causas, destacam-se:
1. Doenças oculares
Síndrome do olho seco: condição em que há deficiência na produção ou qualidade da lágrima, levando ao ressecamento da superfície ocular. Esse ressecamento sensibiliza terminações nervosas da córnea, provocando dor e fotofobia, especialmente em ambientes com ar-condicionado ou ao usar telas por longos períodos.
Conjuntivite: inflamação da conjuntiva, que pode ser viral, bacteriana ou alérgica.
Uveíte: inflamação da úvea (camada média do olho), que causa dor, vermelhidão e visão turva.
Ceratocele ou abrasões de córnea: lesões na superfície ocular expõem terminações nervosas, aumentando a sensibilidade.
Glaucoma agudo de ângulo fechado: uma emergência oftalmológica com dor ocular intensa, visão embaçada e halos ao redor das luzes.
Ceratite: inflamação da córnea, comumente associada a infecções virais, como o herpes simples.
2. Condições neurológicas
Enxaqueca com ou sem aura: um dos sintomas mais frequentes durante crises é a fotofobia.
Meningite: inflamação das meninges que envolve dor de cabeça intensa, rigidez de nuca e intolerância à luz.
Hemorragias subaracnóideas: além da cefaleia súbita, a fotofobia pode estar presente como sinal neurológico associado.
3. Causas sistêmicas e metabólicas
Febre alta: em crianças e adultos, a febre pode aumentar a sensibilidade à luz.
Uso de medicamentos: antibióticos (como tetraciclina), antipsicóticos, anticonvulsivantes e alguns quimioterápicos podem causar fotofobia como efeito adverso.
Doenças autoimunes: como lúpus eritematoso sistêmico, que pode afetar os olhos de forma secundária.
Quando a fotofobia é sinal de alerta?
Embora a fotofobia possa estar presente em quadros benignos, como uma conjuntivite viral, também pode indicar situações clínicas graves, como meningite ou glaucoma agudo. Os sinais de alerta incluem:
Dor ocular intensa;
Visão turva ou perda visual súbita;
Cefaleia forte e contínua;
Rigidez na nuca;
Náuseas e vômitos;
Presença de febre.
Nestes casos, é fundamental procurar atendimento médico imediato, preferencialmente em um pronto-socorro.
Como é feito o diagnóstico da fotofobia?
O diagnóstico começa com uma boa anamnese, avaliando:
Início e intensidade da fotofobia;
Sintomas associados, como dor, lacrimejamento, febre ou alterações visuais;
Uso de colírios, lentes de contato ou medicamentos sistêmicos;
Histórico de doenças neurológicas, autoimunes ou infecciosas.
O exame físico inclui avaliação oftalmológica detalhada, com lâmpada de fenda, tonometria e avaliação da acuidade visual. Se houver suspeita de origem neurológica, exames como tomografia de crânio, punção lombar ou ressonância magnética podem ser indicados.
Quais são as opções de tratamento?
O tratamento da fotofobia depende da causa subjacente. Em geral, as estratégias incluem:
Colírios lubrificantes para casos leves ou associados à síndrome do olho seco;
Anti-inflamatórios e antibióticos tópicos para infecções ou inflamações oculares;
Analgesia e medidas de suporte em enxaquecas;
Tratamento específico para meningite, glaucoma ou uveíte, dependendo da etiologia.
Em todos os casos, é fundamental proteger os olhos da luz intensa até a resolução do quadro. O uso de óculos escuros com proteção UV e evitar ambientes muito iluminados são medidas que trazem alívio sintomático imediato.
A fotofobia pode ser prevenida?
Algumas medidas simples podem reduzir o risco de desenvolver ou agravar a fotofobia:
Evitar o uso indiscriminado de colírios sem prescrição;
Higienizar corretamente as lentes de contato;
Usar óculos com proteção solar adequada;
Manter a vacinação em dia, especialmente contra meningite;
Controlar doenças crônicas, como enxaqueca e lúpus.
Convivendo com fotofobia crônica
Em pessoas que desenvolvem fotofobia crônica por doenças como albinismo ocular, doenças genéticas ou distúrbios neurológicos persistentes, o uso de óculos com lentes fotossensíveis, ambientes com iluminação adaptada e acompanhamento regular com oftalmologista e neurologista são essenciais para qualidade de vida.
Conclusão
A fotofobia é um sintoma que vai muito além da simples sensibilidade à luz. Quando persistente ou associada a sinais de alerta, deve ser investigada de forma criteriosa. Identificar a causa correta é essencial para garantir o tratamento eficaz e evitar complicações graves. Em casos de dúvida ou piora dos sintomas, busque orientação médica.
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