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Lombalgias na visão do Cirurgião


lombalgias

 

Definição e Classificação

 

A lombalgia é definida como dor localizada na região lombar, que pode ser classificada de acordo com a duração dos sintomas em três categorias principais:

- Aguda: até 6 semanas

- Subaguda: entre 6 semanas e 3 meses

- Crônica: mais de 3 meses.

 

Tipos de Lombalgia

 

De acordo com a localização da lesão e o tipo de dor, podemos classificar a lombalgia em:

- Lombociatalgia: quando há irradiação da dor para os membros inferiores devido à compressão de raízes nervosas.

- Ciática: dor causada pela compressão ou irritação do nervo ciático, irradiando-se ao longo do trajeto do nervo.

 

Epidemiologia

 

A lombalgia é uma condição de alta prevalência e incidência, sendo a segunda causa de dor mais frequente e a segunda doença mais comum no contexto clínico geral.

 

Exame Físico

 

O exame físico é fundamental para entender a etiologia da dor lombar e inclui:

1. Inspeção estática: análise da postura e simetria corporal.

2. Inspeção dinâmica: avaliação da mobilidade lombar por meio de movimentos de flexão, extensão, rotação e laterização. Esses movimentos ajudam a identificar a localização provável da causa da dor.

3. Testes especiais: como o teste de Laségue e o teste de Nachas, que avaliam raízes nervosas (L4-L5-S1 e L2-L3-L4, respectivamente), são essenciais para a avaliação topográfica da lesão.

4. Força e reflexos: testes para avaliação da musculatura e reflexos, como o reflexo patelar (L3) e o reflexo calcâneo (S1), são importantes para identificar a raiz nervosa afetada.

 

Topografia da Lesão e Músculos Afetados

 

A lombalgia pode estar relacionada à compressão de raízes nervosas específicas, afetando diferentes músculos e nervos:

- L1-L2: Músculos psoas e íliaco; nervo femoral.

- L2-L3-L4: Quadríceps; nervo femoral.

- L4-L5: Tibial anterior; nervo fibular profundo.

- L5-S1: Extensor do quinto dedo; nervo fibular profundo.

- S1: Tríceps sural; nervo tibial.

 

Sinais de Lesão do Neurônio Motor Superior

 

Para descartar lesões de neurônio motor superior, é fundamental investigar sinais como clônus, Babinski e Oppenheim, indicativos de lesão do sistema piramidal.

 

Exames Complementares

 

Os exames complementares têm como objetivo descartar causas graves, como tumores, fraturas e infecções. Entre os exames mais comuns estão:

- Radiografia

- Tomografia computadorizada

- Cintilografia óssea

- Eletromiografia e eletroneuromiografia

- Exames laboratoriais: hemograma, PCR, VHS, PSA, entre outros.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico da lombalgia baseia-se em uma combinação de:

1. História clínica: considerando a localização, intensidade, irradiação, fatores de melhora/piora e idade do paciente.

2. Exame físico: com inspeção estática e dinâmica, avaliação de reflexos e força muscular.

3. Exames complementares: solicitados de acordo com a presença de sinais de alarme (bandeiras vermelhas), como trauma, perda inexplicada de peso, idade inferior a 18 anos ou superior a 55 anos, doenças inflamatórias e infecções.

 

Etiologias da Lombalgia

 

A lombalgia pode ter diversas causas, incluindo:

- Mecânicas: deformidades, trauma, malformações adquiridas.

- Degenerativas: hérnia de disco, osteoartrose.

- Inflamatórias: espondilite anquilosante, artrite reumatoide.

- Metabólicas: osteoartrose, doença de Paget.

- Infecciosas: discites, tuberculose vertebral.

- Neoplásicas: osteoma, osteoblastoma, mieloma.

 

Tumores Neoplásicos Importantes

 

Dois tipos de neoplasias são particularmente relevantes em casos de lombalgia:

- Tumores metastáticos: a coluna vertebral é um dos principais locais de metástases.

- Mieloma múltiplo: é o tumor primário mais comum da coluna.

 

Tratamento da Lombalgia

 

Os objetivos do tratamento são aliviar a dor, evitar a cronificação e permitir o retorno às atividades normais. O tratamento pode ser dividido em:

1. Conservador:

   - Injeções epidurais e de faceta articular.

   - Intervenções terapêuticas sacroilíacas.

   - Estimulação da medula espinhal.

   - Tratamento farmacológico.

   - Exercícios físicos e reabilitação.

   - Acupuntura.

  

2. Cirúrgico:

   A cirurgia é indicada apenas após falha do tratamento conservador e quando há instabilidade vertebral ou compressão significativa dos elementos neurais【47†source】.

 

Fatores de Cronificação (Bandeiras Amarelas)

 

Certos fatores podem predispor o paciente à cronificação da lombalgia, como:

- Ansiedade excessiva ou depressão.

- Cinesiofobia (medo do movimento).

- Isolamento social e estratégias inadequadas de enfrentamento【48†source】.

 

Pontos Importantes

- Lombalgia Aguda: até 6 semanas; subaguda: 6 semanas a 3 meses; crônica: mais de 3 meses.

- Teste de Laségue: avalia L4-L5-S1; teste de Nachas: avalia L2-L3-L4.

- Fatores de cronificação: bandeiras amarelas incluem cinesiofobia, ansiedade, percepção negativa da saúde.

- Cirurgia: indicada após falha do tratamento conservador, com confirmação diagnóstica e evidência de compressão neural.

 

Referências

1. European Spine Journal. 2023 Guidelines for the Management of Low Back Pain. 

2. American Academy of Orthopaedic Surgeons (AAOS), 2023.

 

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