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Neoplasias Colorretais: principais causas de mortalidade por câncer


 


câncer de colon

Introdução

 

As neoplasias colorretais representam uma das principais causas de mortalidade por câncer no mundo ocidental. No Brasil, esta neoplasia é a terceira mais comum entre os homens e a segunda entre as mulheres, conforme os dados mais recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA) de 2018. A incidência deste tipo de câncer aumenta com a idade, sendo mais frequente após a sexta década de vida, e apresenta uma leve predileção pelo sexo masculino.

 

Fatores de Risco para Neoplasias Colorretais

 

Os fatores de risco para o câncer colorretal incluem uma combinação de predisposições genéticas e influências ambientais. A história familiar é um fator de risco importante, especialmente em síndromes hereditárias como a Polipose Adenomatosa Familiar (PAF) e a Síndrome de Lynch, que estão associadas a mutações em genes específicos (APC, hMSH2, hMLH1, entre outros). Além disso, fatores como idade avançada, dieta rica em gorduras e carnes vermelhas, obesidade, tabagismo, sedentarismo e doenças inflamatórias intestinais (como colite ulcerativa e doença de Crohn) também aumentam o risco de desenvolvimento da neoplasia colorretal.

 

Fisiopatologia

 

O desenvolvimento do câncer colorretal segue a sequência adenoma-carcinoma, um processo que geralmente leva cerca de 10 anos. Este processo é impulsionado por mutações em genes chave, como APC, KRAS, DCC e p53, que conduzem à transformação de pólipos adenomatosos em carcinomas invasivos. Este processo de carcinogênese envolve várias etapas de alteração genética que resultam na proliferação descontrolada e invasiva das células epiteliais do cólon.

 

Sintomas

 

Os sintomas do câncer colorretal podem variar dependendo da localização do tumor. Tumores localizados no cólon direito podem ser assintomáticos por um longo período e frequentemente apresentam-se com anemia e fraqueza. Já os tumores do cólon esquerdo e sigmoide são mais propensos a causar obstrução intestinal, levando a sintomas como dor abdominal, distensão e alteração do hábito intestinal. No caso do câncer de reto, sintomas como tenesmo, afilamento das fezes e eliminação de muco sanguinolento são mais comuns.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico é confirmado através de colonoscopia, que permite a visualização direta da mucosa colônica e a realização de biópsias. Em casos de suspeita de tumores de reto, a ultrassonografia endoscópica e a ressonância magnética da pelve são importantes para o estadiamento e planejamento do tratamento. Além disso, marcadores tumorais como o CEA e o CA19-9 podem ser úteis no acompanhamento do paciente, embora não sejam específicos para o diagnóstico.

 

Estadiamento

 

O estadiamento do câncer colorretal é crucial para determinar o tratamento adequado e é realizado utilizando a classificação TNM, que avalia a extensão do tumor (T), a presença de metástases em linfonodos (N) e a existência de metástases à distância (M). Outras classificações, como Dukes e Astler-Coller, também são amplamente utilizadas.

 

Tratamento

 

O tratamento do câncer colorretal depende do estadiamento da doença. Nos estádios iniciais, a ressecção cirúrgica do tumor é o tratamento de escolha, com altas taxas de cura. Em estádios mais avançados, a quimioterapia adjuvante é recomendada, especialmente em casos com comprometimento linfonodal (estádio III). No câncer de reto, a radioterapia pré-operatória associada à quimioterapia tem se mostrado eficaz em reduzir o tamanho do tumor e aumentar a possibilidade de preservação do esfíncter anal.

 

Prevenção e Rastreamento

 

A prevenção primária envolve a modificação de fatores de risco, como a adoção de uma dieta rica em fibras, a prática regular de atividade física e a redução do consumo de carnes vermelhas e gorduras saturadas. O rastreamento precoce é essencial e deve iniciar-se aos 50 anos em pacientes de risco habitual. Em pacientes com história familiar, o rastreamento deve começar mais cedo. Exames como a colonoscopia, retossigmoidoscopia flexível e a pesquisa de sangue oculto nas fezes são métodos recomendados.

 

Pontos Importantes

 

- O câncer colorretal é um dos mais comuns no Brasil, com maior incidência em idosos.

- História familiar e síndromes hereditárias como PAF e Síndrome de Lynch são importantes fatores de risco.

- A sequência adenoma-carcinoma é fundamental na fisiopatologia do câncer colorretal.

- O diagnóstico é confirmado principalmente pela colonoscopia, com apoio de exames laboratoriais e de imagem.

- O estadiamento TNM é crucial para o planejamento do tratamento.

- A ressecção cirúrgica é o tratamento de escolha nos estádios iniciais, complementado por quimioterapia e radioterapia em casos avançados.

- A prevenção envolve mudanças no estilo de vida e rastreamento precoce a partir dos 50 anos.

 

Referências

 

- INCA. Estimativa 2018: Incidência de câncer no Brasil. Ministério da Saúde, 2018.

- World Health Organization (WHO). Global Cancer Observatory: Cancer Today. WHO, 2023.

- National Comprehensive Cancer Network (NCCN). Guidelines on Colorectal Cancer, 2023.

- American Society of Clinical Oncology (ASCO). Colorectal Cancer: Prevention and Screening, 2023.

- European Society for Medical Oncology (ESMO). Clinical Practice Guidelines: Colorectal Cancer, 2023.

 

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