1 - O que são osteocondroses juvenis?
São afecções que acometem as epífises e apófises do esqueleto imaturo, caracterizadas por terem etiologia ainda indefinida, embora compartilhem uma sequência conhecida de eventos patológicos (necrose, fragmentação, reossificação e sequela) e serem autolimitadas.
2 - Qual a diferença de epífise e apófise?
Ambas as esturturas são formadas por núcleos de ossificação secundários nas extremidades dos ossos justaposta a uma placa fisária (fise ou placa de crescimento). Enquanto as epífises funcionam como extremidades que se articulam com outros ossos, as apófises servem como ponto de origem ou inserção para tendões e ligamentos.
3 - Qual a importância das osteocondroses juvenis?
Embora na maioria das situações tenham uma evolução autolimitada, as osteocondroses juvenis causam dores em crianças e adolescentes e são relativamente frequentes, são diagnóstico diferencial de doenças graves (como tumores) e podem cursar com sequelas com importante limitação funcional (como em casos da doença de Legg-Calve-Perthes).
4 - Qual o nome e quadro clínico das osteocondroses juvenis mais conhecidas?
5 - Cite outras osteocondroses juvenis
6 - O que é a doença de Legg-Calve-Perthes?
Trata-se da ostecondrose juvenil da epífise femoral proximal.
7 - Quando suspeitar da doença de Legg-Calve-Perthes?
A doença de LCP se manifesta por dor ou claudicação em crianças entre 4 e 12 anos de idade e é mais comum em meninos. A dor pode ser referida na região inguinal ou na face antero medial da coxa ou joelho (por irradiação). Geralmente é unilateral (90% dos casos). Ao exame clínico, além da dor à mobilização articular do quadril, um sinal frequente é a limitação da abdução do quadril.
8 - Quais os sinais radiograficos da doença de Legg-Calve-Perthes?
Na primeira fase, o sinal radiográfico mais comum é esclerose (aumento da densidade) do núcleo de ossificação femoral proximal, que pode estar hipoplásico. Na segunda fase, observamos a fragmentação do núcleo de ossificação que se assemelha a múltiplas fraturas. Na terceira fase, o tecido ósseo esclerótico passa a ser reabsorvido e substituído por osso neoformado (de aspecto algodonoso emenos denso). Na última fase (residual ou de sequela), só é possivel observal alterações no formado do fêmur proximal, que podem incluir: coxa magna (aumento do diametro da cabeça femoral), coxa breva (encurtamento do colo femoral), coxa vara (diminuição do ângulo cervico-diafisário), asfericiade ou achatamento da cabeça femoral (formato de cogumelo) ou, nos casos mais graves, deformidades tipo dobradiça.
9 - Qual a epidemiologia da doença de Legg-Calve-Perthes?
Ocorre com predominância no sexo MASCULINO (4:1) na faixa etéria de 2 a 12 anos (embora predomine entre 4 a 8 anos de idade). Raramente é bilateral (apenas 10 a 12% dos casos).
10 - Quais os objetivos do tratamento da doença de Legg-Calve-Perthes?
O obejtido do tratamento é manter o quadril móvel e a cabeça femoral contida e protegida no acetábulo, até que haja remodelação óssea com a menor deformação possível.
11 - Quais os fatores de mau prognóstico da doença de Legg-Calve-Perthes?
Um dos principais fatores de risco para o mau prognóstico é o início da doença após os 6 anos de idade. Os sinais radiograficos de mau prognóstico são:
Lateralização (subluxação) da epífise femoral (mais importante)
Extensão da epífise descoberta
Calcificação lateral da epífise
Alargamento da cabeça antes da fase de fragmentação
Alargamento precoce do colo femoral
12 - Quando está indicada a cirurgia na doença de Legg-Calve-Perthes?
O tratamento cirúrgico está indicado nos casos de acometimento tardio (pacientes mais velhos) ou extenso da epífise (principamente quando há comprometimento importante do pilar lateral da epífise).
13 - Quais as cirurgias indicadas na doença de Legg-Calve-Perthes?
As cirurgias de contenção visam permitir que a cabeça possa remodelar de acordo com o formato do acetábulo. Para isso, nas fases iniciais da doença (até a fase de remodelamento) podem ser realizadsas osteotomias femorais varizantes ou osteotomias de redirecionamento acetabular (para melhor cobertura da cabeça). Nas fases de sequela, quando a cabeça perde seu formato esférico, prinicpalmente quando ocorrem deformidades tipo dobradiça, osteotomias valgizantes do fêmur são consideradas cirurgias de salvamento, e podem melhorar o funcionamento articular (pois medializam o centro de rotação e otimizam o braço de alavanca do gluteo médio, além de diminuir os impacto articular no quadril na abdução).
14 - Qual o prognóstico da doença de Legg-Calve-Perthes?
O prognóstico da DLCP depende da deformidade residual. Segundo a classificação de Stulberg, a articulação pode evoluir com um funcionamento praticamente normal pelo resto da vida (no grau 1) a grave limitação funcional e necessidade de reconstrução articular precoce (antes dos 40 anos de idade) no grau 5.
15 - O que é a doença de Osgood-Schlatter?
É a osteocondrose juvenil da Tuberosidade Anterior da Tíbia (que serve de inserção para o Tendão patelar)
16 - Qual a epidemiologia da doença de Osgood-Schlatter?
É uma doença mais frequente em meninos, adolescentes e pode ser bilateral em até 30% dos casos.
17 - Qual o tratamento da doença de Osgood-Schlatter?
O tratamento é clínico e envolve repouso, gelo, e diminuição das atividades esportivas. O objetivo é o controle da dor e a prevenção de deformidades residuais nesta doença, que tem curso autolimitado.
18 - O que é a doença de Sever?
É a osteocondrose juvenil da apófise do calcâneo (que serve de inserção para o Tendão de Aquiles) e a principal causa de dor no calcâneo na infância.
19 - Qual a epidemiologia da doença de Sever?
É uma doença mais frequente em meninos, acomete pré-adolescentes (entre 8 e 14 anos) e poder ser bilateral em 60% dos casos.
20 - Qual o tratamento da doença de Sever?
O tratamento é clínico e envolve repouso, gelo e diminuição das atividades esportivas. O uso de palmilhas acolchoadas (em silicone) pode se útil. O objetivo é o controle da dor e a prevenção de deformidades residuais nesta doença, que tem curso autolimitado