Uma descoberta inovadora pode mudar drasticamente o tratamento do lúpus, uma doença autoimune inflamatória que afeta cerca de 300 mil brasileiros, conforme reportado pela Sociedade Brasileira de Reumatologia. Pesquisadores norte-americanos identificaram uma possível causa para a doença e sugeriram um tratamento revolucionário com menos efeitos colaterais.
O estudo e a descoberta
Publicado na renomada revista científica Nature, o estudo foi conduzido por cientistas da Northwestern Medicine e do Brigham and Women’s Hospital, ambas instituições dos Estados Unidos. Eles descobriram que um defeito molecular no sangue dos pacientes resulta na ativação insuficiente de uma via controlada pelo receptor de hidrocarboneto arila (AHR). Este receptor é crucial para a regulação da resposta das células a poluentes ambientais, bactérias e metabólitos.
Quando essa via não é adequadamente ativada, o sistema imunológico começa a produzir autoanticorpos, que atacam as células saudáveis do corpo, provocando o lúpus. A pesquisa revelou que esse defeito molecular leva à formação de células T auxiliares periféricas, que são promotoras da doença.
O novo tratamento
Para reverter esse processo, os cientistas testaram moléculas ativadoras de AHR em amostras de sangue de pacientes com lúpus. Este tratamento experimental transformou as células T auxiliares periféricas em células Th22, que promovem a cicatrização das feridas causadas pelo lúpus. Esta transformação sugere uma potencial cura para a doença, caso o efeito se prove duradouro.
Implicações Futuras
Jaehyuk Choi, professor associado de dermatologia na Northwestern University e coautor do estudo, destacou que essa descoberta pode oferecer uma cura potencial que não apresenta os efeitos colaterais das terapias atuais, que geralmente envolvem imunossupressão ampla.
Os próximos passos incluem expandir os estudos para desenvolver novos tratamentos baseados nessa descoberta e encontrar formas de disponibilizar essas moléculas de maneira segura e eficaz para os pacientes com lúpus.
Conclusão
A descoberta traz esperança para milhões de pessoas que sofrem com o lúpus em todo o mundo. Se os futuros estudos confirmarem a eficácia e a segurança desse novo tratamento, estaremos diante de uma verdadeira revolução no tratamento dessa doença debilitante.
Com informações de [Meio e Saúde](https://meioesaude.com.br), [Canaltech](https://canaltech.com.br), e [Sincofarma SP](https://sincofarmasp.com.br).