Tabagismo: entenda os riscos e como combater essa doença
- medicinaatualrevis
- há 14 horas
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O tabagismo é uma das principais causas evitáveis de doenças e mortes em todo o mundo. Apesar da ampla divulgação de seus riscos, milhões de pessoas continuam a fumar, influenciadas pela alta capacidade viciante da nicotina e pela força da publicidade.
Este artigo explora de forma aprofundada como o tabagismo afeta a saúde, as novas tendências como o uso de cigarros eletrônicos e as estratégias de combate a essa dependência.
O que é o tabagismo?
O tabagismo é o hábito de usar produtos derivados do tabaco, principalmente por meio da inalação de fumaça. A substância responsável pela dependência é a nicotina, que, ao ser inalada, atinge o cérebro em apenas 10 segundos, ativando centros de prazer e reforçando o ciclo de vício.
Embora fumar cigarros seja a forma mais comum, existem outras modalidades, como o uso de charutos, cachimbos, narguilés e produtos de tabaco para mastigar. Recentemente, o uso de cigarros eletrônicos ou vapes se tornou a principal forma de consumo de nicotina entre adolescentes.
Efeitos imediatos da nicotina
Após o consumo de produtos de tabaco, diversos efeitos são observados no organismo:
Estímulo do sistema nervoso central
Aumento da concentração e energia momentânea
Redução do apetite
Sensação de relaxamento (principalmente na presença de abstinência)
Contudo, indivíduos não habituados podem apresentar náuseas, rubor e mal-estar logo após o contato inicial.
Efeitos a longo prazo do tabagismo
O tabagismo prejudica praticamente todos os órgãos do corpo humano. Entre as principais doenças associadas, destacam-se:
Doenças Relacionadas ao Tabagismo | Descrição |
Doença Arterial Coronariana | Infarto agudo do miocárdio, angina |
Câncer de Pulmão | Principal tipo de câncer relacionado ao tabagismo |
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) | Enfisema e bronquite crônica |
Acidente Vascular Cerebral (AVC) | Comprometimento da circulação cerebral |
Cânceres Diversos | Bexiga, colo do útero, esôfago, rim, fígado, pâncreas, garganta, estômago |
Osteoporose e Fraturas | Devido à perda óssea acelerada |
Catarata | Aumento da opacidade do cristalino |
Disfunção Erétil | Redução da função vascular e hormonal |
Além disso, o tabagismo causa envelhecimento precoce da pele, queda capilar, amarelamento de dentes e unhas, além de impactar negativamente na fertilidade e aumentar o risco de desemprego.
Fumo passivo: o perigo invisível
O fumo passivo ocorre quando uma pessoa que não fuma inala a fumaça de cigarros próximos. Mesmo sem o ato de fumar, essas pessoas estão expostas a níveis tóxicos de substâncias nocivas, aumentando o risco de:
Doenças cardiovasculares;
Infecções respiratórias;
Asma em crianças;
Câncer de pulmão.
Não existe nível seguro de exposição ao fumo passivo, especialmente para crianças.
Tabaco sem fumaça e cigarros eletrônicos
Produtos como fumo de mascar e snus são frequentemente vistos como alternativas mais seguras. No entanto, eles também contêm toxinas capazes de causar doenças cardíacas, cânceres orais e problemas gengivais graves.
Quanto aos cigarros eletrônicos, embora ainda sejam estudados, sabe-se que:
Contêm nicotina em altas concentrações;
Podem liberar compostos tóxicos ao serem aquecidos;
Seus efeitos de longo prazo ainda são desconhecidos;
Por isso, o uso de vapes não é considerado uma alternativa segura ao cigarro convencional.
O impacto do tabagismo na gravidez e na infância
Fumar durante a gravidez aumenta significativamente o risco de:
Baixo peso ao nascer;
Parto prematuro;
Morte fetal;
Síndrome da morte súbita infantil (SMSI).
Além disso, o tabagismo é considerado uma doença pediátrica, já que 90% dos fumantes iniciam o hábito antes dos 18 anos, período crítico para o desenvolvimento cerebral.
Sintomas de abstinência e o desafio de parar de fumar
A abstinência da nicotina pode provocar sintomas intensos, como:
Irritabilidade
Ansiedade
Desejo intenso de fumar
Dificuldade de concentração
Tremores
Ganho de peso leve
Esses sintomas geralmente atingem o pico nos primeiros três dias após parar de fumar, mas tendem a melhorar após duas a quatro semanas.
Diagnóstico e tratamento do tabagismo
A avaliação do grau de dependência pode ser feita com perguntas simples sobre o número de cigarros fumados por dia e o tempo que a pessoa leva para fumar o primeiro cigarro após acordar.
O tratamento inclui:
Apoio psicológico;
Medicamentos como bupropiona e vareniclina;
Terapias de reposição de nicotina (adesivos, gomas, pastilhas);
Programas de cessação do tabagismo.
Estudos recentes reforçam que tratamentos combinados (farmacológico + psicológico) dobram as taxas de sucesso em cessação do tabagismo em comparação a abordagens isoladas.
Conclusão
O tabagismo é uma das maiores ameaças à saúde pública mundial. Seu impacto é profundo e vai além do fumante, afetando familiares, crianças e a sociedade em geral. Embora a cessação seja um desafio, é possível, e traz benefícios significativos para a qualidade de vida em todas as idades.
Se você ou alguém que conhece precisa de ajuda para parar de fumar, procure orientação profissional. Cada tentativa conta — e parar de fumar é, sem dúvida, uma das melhores decisões para sua saúde e bem-estar.
Fonte: Manual MSD
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