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Vacina da dengue: impacto global


exame positivo do virus

Em artigo publicado originalmente na seção Notícias e Perspectivas do site Medscape, o Dr. Julio Croda destaca a inovação no controle da dengue. Sob o título "Controle da Dengue: O Impacto Global da Vacina Butantan-DV", o artigo evidencia o avanço significativo proporcionado pela vacina contra a dengue, Butantan-Dengue Vaccine (Butantan-DV). Esta inovação representa um marco importante na batalha internacional contra a dengue, como revelado pelo estudo clínico de fase 3 "Vacina Butantan-Dengue Atenuada e Tetravalente em Crianças e Adultos", cujos resultados preliminares foram publicados na prestigiada New England Journal of Medicine (NEJM).


De acordo com o artigo, este esforço foi fruto de uma parceria com a farmacêutica MSD, que demonstrou a Butantan-DV atingir uma eficácia global de 79,6% após dois anos de acompanhamento dos participantes. Especificamente, a eficácia da vacina foi de 73,6% em pessoas sem exposição prévia ao vírus da dengue, enquanto em indivíduos com histórico de infecção, a eficácia foi elevada para 89,2%.


Ainda segundo o artigo, a eficácia da Butantan-DV variou conforme o sorotipo do vírus, alcançando 89,5% contra o DENV-1 e 69,6% contra o DENV-2. Importante ressaltar que não foram reportadas infecções pelos sorotipos DENV-3 e DENV-4 durante a duração do estudo, o que implicou na ausência de dados de eficácia para estes.


Quanto à segurança da vacina, o artigo menciona um aumento nos eventos adversos sistêmicos associados à Butantan-DV em comparação ao placebo nos primeiros 21 dias após a administração (58,3% contra 45,6%), com rash cutâneo sendo um dos efeitos mais frequentes (22,5%).


A publicação compara também a Butantan-DV com a vacina TAK-003 (Qdenga), que mostrou 95,1% de eficácia contra o DENV-2 após dois anos, reduzindo para 88,1% após 4,5 anos. Em contraste, a Butantan-DV apresentou 57,9% de eficácia neste mesmo sorotipo em indivíduos soronegativos após dois anos. A distinção entre as vacinas pode ser atribuída às suas composições distintas; enquanto a Qdenga é baseada no sorotipo 2, a Butantan-DV é uma quimera dos sorotipos 2 e 4.


Ainda conforme o artigo, não há dados disponíveis sobre a eficácia da Butantan-DV na prevenção de hospitalizações, ao passo que a TAK-003 tem mostrado excelentes resultados na prevenção de casos graves, especialmente entre soropositivos e soronegativos para os sorotipos 1 e 2. No entanto, informações mais detalhadas são necessárias para os sorotipos 3 e 4 em ambas as vacinas.


A característica de dose única da Butantan-DV é destacada como uma vantagem logística significativa, especialmente em regiões endêmicas de dengue, onde os recursos são limitados, facilitando a implementação de campanhas de vacinação em massa.


Conforme apontado no artigo, o Instituto Butantan planeja solicitar o registro da vacina junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2024, visando um processo de avaliação acelerado. A CONITEC avaliará posteriormente a incorporação da vacina ao Sistema Único de Saúde (SUS), com expectativas de aprovação no início de 2025.


Enquanto a capacidade de produção da Qdenga se mantém restrita até 2026, a Butantan-DV promete expandir a disponibilidade de doses a partir de 2025, não apenas para atender à demanda brasileira, mas também às necessidades dos países tropicais mais impactados pela dengue.


A visita do Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao Brasil e suas declarações sobre a vacina, conforme mencionado no artigo, reforçam o papel estratégico do Brasil no cenário global de combate à dengue, evidenciando sua capacidade de contribuir significativamente para a oferta mundial dessa vacina.

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